Dalila Teles Veras
A sétima edição do Ciclo Cultura sem Carimbo, promovida pelo
Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, recebeu depoimentos de
representantes dos espaços culturais Komos
e Gambalaia, o primeiro atuante desde 1995 e o segundo há 5 anos, que
dignificam a produção cultural local, estabelecendo contato e trocas com gentes
daqui e até d´além mar.
O ator, professor e diretor Joca Carvalho em seu longo e
cativante depoimento, contou da trajetória de 20 anos da Cia. Komos de Teatro,
nascida com um projeto de teatro na comunidade, com o espetáculo “Os Cavaleiros
da Cornualha”, peça escrita por Mauro Silveira, parceiro de Joca até a atualidade. Estabelece, em 1995, um núcleo de pesquisa teatral, com ênfase
na Comédia. Logo a seguir, em 1996, sempre interessados na comédia popular,
mergulham no universo de Guimarães Rosa, com a pesquisa e montagem de várias
peças que partem e são adaptadas da obra desse grande escritor brasileiro para
reflexão sobre outras culturais. “Os
Cavaleiros da Cornualha”. Estabelecido desde 1998 no atual espaço físico à rua João
Fernandes nº 18 em Santo André, local onde além da pesquisa, ensaios, encenação
e temporadas dos próprios espetáculos, também são exibidos espetáculos de companhias convidadas com quem estabelecem
parcerias e também cursos.
Quando a companhia consegue eventuais parcerias, tem
realizado o projeto “Teatro na Comunidade”, que é um curso gratuito de teatro
iniciação para adolescentes, com aulas mitologia, prevenção contra drogas,
tabagismo e alcoolismo. Tudo é realizado à custa de vontade e paixão de seus
integrantes que mantêm outras atividades, como as de professores. Espetáculos
como Teatragem, Um Doente Imaginoso e Milagre, Milagrim,
Milhagrizinhozinhozinho são mantidas permanentemente em seu repertório, sendo
que esta última é detentora de prêmios e temporadas longas e bem sucedidas.
"O que me move é a vontade de fazer teatro. Paixão e vontade" disse o
Joca, fundador e resistente.
Na sequência, Humberto Alex de Lima, idealizador e diretor
do espaço Gambalaia há 5 anos, que nasceu em Santo André, foi trabalhar na
Capital onde ficou até sua aposentadoria, quando retornou a sua cidade natal. O
"vazio existencial" da vida sem uma atividade rotineira, acendeu nele
uma antiga ideia de fazer algo voltado para as artes do palco, retornando
também a uma atividade que desenvolveu na sua juventude nesta mesma cidade. Foi
assim, alugou um espaço, aliás, muito próximo do local onde atua a Cia. Komos,
a rua das Monções nº 1018, chamou alguns artistas de diversas áreas, como as
artes plásticas (Damara Bianconi), música, teatro e literatura (Jurema Barreto de Souza e Zhô Bertholini), e, em 2000 abriu o Gambalaia. Com ênfase no teatro e na música, o espaço é
ocupado por grupos que oferecem boas opções através de uma programação de
qualidade que já totaliza mais de 600 apresentações, um número bastante significativo.
O espaço é mantido pela cobrança de ingressos simbólicos e movido pela força da paixão do seu
diretor.
Assim como nas edições anteriores, os depoimentos foram
gravados em vídeo e passam a integrar o acervo do Núcleo Alpharrabio de
Referência e Memória que fica à disposição de pesquisadores e interessados.
Cia. Komos de Teatro
Rua João Fernandes, 18 – Bairro Jardim – Santo André
http://ciakomosdeteatro.tumblr.com/
Espaço Gambalaia
Rua das monções, 1018 - Santo Andre - SP
http://www.gambalaia.com.br/
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