segunda-feira, 20 de julho de 2015

Cultura sem Carimbo VII

Dalila Teles Veras






A sétima edição do Ciclo Cultura sem Carimbo, promovida pelo Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, recebeu depoimentos de representantes dos espaços culturais Komos e Gambalaia, o primeiro atuante desde 1995 e o segundo há 5 anos, que dignificam a produção cultural local, estabelecendo contato e trocas com gentes daqui e até d´além mar.



O ator, professor e diretor Joca Carvalho em seu longo e cativante depoimento, contou da trajetória de 20 anos da Cia. Komos de Teatro, nascida com um projeto de teatro na comunidade, com o espetáculo “Os Cavaleiros da Cornualha”, peça escrita por Mauro Silveira, parceiro de Joca até a atualidade. Estabelece, em 1995, um núcleo de pesquisa teatral, com ênfase na Comédia. Logo a seguir, em 1996, sempre interessados na comédia popular, mergulham no universo de Guimarães Rosa, com a pesquisa e montagem de várias peças que partem e são adaptadas da obra desse grande escritor brasileiro para reflexão sobre outras culturais.  “Os Cavaleiros da Cornualha”. Estabelecido desde 1998 no atual espaço físico à rua João Fernandes nº 18 em Santo André, local onde além da pesquisa, ensaios, encenação e temporadas dos próprios espetáculos, também são exibidos espetáculos  de companhias convidadas com quem estabelecem parcerias e também cursos.


Quando a companhia consegue eventuais parcerias, tem realizado o projeto “Teatro na Comunidade”, que é um curso gratuito de teatro iniciação para adolescentes, com aulas mitologia, prevenção contra drogas, tabagismo e alcoolismo. Tudo é realizado à custa de vontade e paixão de seus integrantes que mantêm outras atividades, como as de professores. Espetáculos como Teatragem, Um Doente Imaginoso e Milagre, Milagrim, Milhagrizinhozinhozinho são mantidas permanentemente em seu repertório, sendo que esta última é detentora de prêmios e temporadas longas e bem sucedidas. "O que me move é a vontade de fazer teatro. Paixão e vontade" disse o Joca, fundador e resistente.


Na sequência, Humberto Alex de Lima, idealizador e diretor do espaço Gambalaia há 5 anos, que nasceu em Santo André, foi trabalhar na Capital onde ficou até sua aposentadoria, quando retornou a sua cidade natal. O "vazio existencial" da vida sem uma atividade rotineira, acendeu nele uma antiga ideia de fazer algo voltado para as artes do palco, retornando também a uma atividade que desenvolveu na sua juventude nesta mesma cidade. Foi assim, alugou um espaço, aliás, muito próximo do local onde atua a Cia. Komos, a rua das Monções nº 1018, chamou alguns artistas de diversas áreas, como as artes plásticas (Damara Bianconi), música, teatro e literatura (Jurema Barreto de Souza e Zhô Bertholini), e, em 2000 abriu o Gambalaia. Com ênfase no teatro e na música, o espaço é ocupado por grupos que oferecem boas opções através de uma programação de qualidade que já totaliza mais de 600 apresentações, um número bastante significativo. O espaço é mantido pela cobrança de ingressos simbólicos e movido pela força da paixão do seu diretor.



Assim como nas edições anteriores, os depoimentos foram gravados em vídeo e passam a integrar o acervo do Núcleo Alpharrabio de Referência e Memória que fica à disposição de pesquisadores e interessados.


Cia. Komos de Teatro
Rua João Fernandes, 18 – Bairro Jardim – Santo André
http://ciakomosdeteatro.tumblr.com/

Espaço Gambalaia
Rua das monções, 1018 - Santo Andre - SP 
http://www.gambalaia.com.br/

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