quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bloco Maria Fuá

Neusa Borges

No domingo de Carnaval, por volta das 14:30, ao chegarmos próximo à praça Névio Albieri, no Jardim Calux, em São Bernardo, era possível avistar várias crianças que já se concentravam para sair no Bloco Maria Fuá. No céu, entretanto, as nuvens anunciavam que um aguaceiro estava prestes a desabar, motivo pelo qual o pessoal da organização optou por não arriscar botar o bloco na rua no horário combinado, ou seja, às 15h.



E a chuva caiu mesmo. E forte. Mas, como a animação de todos também era tão ou mais forte que a chuva, a Cris, uma das idealizadoras do projeto, decidiu abrir a garagem de sua casa que fica em frente à praça, e todos corremos para lá. Porém, enquanto aguardávamos São Pedro dar uma trégua, munidos de adereços, confetes e serpentinas, eis que vimos o espaço se transformar num clube. Embalados por antigas marchinhas de Carnaval, durante um pouco mais de uma hora – o tempo de duração da chuva -, as crianças e os marmanjos presentes brincaram sem medo de ser feliz.



Passado o dilúvio, era chegada a hora de partir para o cortejo nas ruas. Integrantes do circo, já estavam a postos chamando a boneca Maria Fuá, que, de repente, surge toda faceira, para alegria da criançada e dos adultos com alma de criança (graças a Deus!).



Pelas ruas do Jardim Calux, o Bloco Maria Fuá foi arrastando vários moradores; outros, porém, acenavam em frente aos portões (até segurando cachorrinho no colo) e janelas de suas casas.



No alto de um sobrado, vários homens deram uma trégua na árdua tarefa de encher a laje e, numa total descontração, acenaram para os foliões, que decidiram parar alguns instantes para uma saudação aos que se uniam para concretizar o sonho do próximo, a exemplo do que ocorre na maioria das periferias das cidades, onde as casas são construídas em mutirões.



Criado no ano de 2011, pelo grupo cênico As Marias, o Bloco Maria Fuá veio para ficar. Resgatando antigas marchinhas carnavalescas vem, com bom humor e descontração, conquistando uma legião de simpatizantes, tendo em vista a receptividade que vimos pelas ruas.

Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o cantor e compositor, Zeca Pagodinho, desabafou que está triste com a transformação do Carnaval, pois, segundo ele, acabaram com tudo de bom que existia. “Não tem Carnaval. Vou gostar de quê? Não tem nada. Roubaram tudo, sumiram com tudo...”, disse o artista.
Infelizmente, Zeca Pagodinho tem razão. Nos dias de hoje, o Carnaval virou um grande negócio, levando muitas escolas de samba a escolherem seus enredos por causa dos patrocínios. É complicado!



No entanto, mesmo não sendo noticiado pela TV Globo e pelos jornais da Região, fica o exemplo de que é possível fazer uma festa alegre e descontraída, sem apoio oficial, mas com o empenho de jovens batalhadores e idealistas como Cibele, Cris, Anderson e Patrícia.
Valeu, Maria Fuá! Ah, em 2014 tem mais. Que tal convidarmos o Zeca Pagodinho, hein?

3 comentários:

  1. Obrigado Neusa!!!

    nossa foliã e apoiadora!!!

    obrigada por estar conosco e vamos rumo a 2014 com mais Maria Fuá!!!

    abraços,

    Cris Santos Cia. As Marias

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  2. Saí no Maria Fuá, e ano que vem quero de novo.Valeu!

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  3. Parabéns pela matéria, continuem assim, divulgando coisas boas como esta. Com alegria se vai ao longe.

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