Neusa Borges
Quem prestigiou a I Mostra Experimental de Dança de São Bernardo, realizada nos dia 6 e 13 de maio, no Teatro Elis Regina, em São Bernardo, pode constatar que há uma enorme legião de dançarinos (as) oriundos das escolas de dança mais tradicionais da cidade, bem como das que se instalaram mais recentemente.
Uma iniciativa dos jovens aguerridos do Núcleo Experimental de Dança, a mostra, que teve entrada gratuita nos dois dias, contabilizou 240 bailarinos, representando 18 escolas de dança, bem como um número expressivo de público composto por pessoas de todas as faixas etárias.
Várias crianças subiram ao palco mostrando belas coreografias e não menos belos figurinos. Os jovens dançarinos também fizeram bonito, nos emocionando com o clássico Quebra-Nozes, nos empolgando com o vigor do street dance e, para o delírio do respeitável público, a “dança do Michael Jackson”, que, diga-se de passagem, pelo sucesso que causa em todos os cantos do mundo (a exemplo do que ocorre na Avenida Paulista, com pessoas se aglomerando para ver a performance de jovens dançando as coreografias do ídolo pop), não é difícil imaginar que ela, a “dança do Michael Jackson”, será imortalizada tal qual o Quebra-Nozes, Lago dos Cisnes ou a Valsa de Strauss.
Dentre os vários pontos positivos da mostra, um deles diz respeito ao seu caráter não competitivo, ou seja, não se buscou premiar o melhor em nenhum quesito, mas, sobretudo, possibilitou revelar a rica produção do gênero na cidade. Outro aspecto positivo foi juntar num mesmo palco pessoas que vivenciam as mais diferentes realidades, tal qual aquelas que surgiram das aulas de dança ministradas em escola de educação formal situada na periferia da cidade.
Encantou-me particularmente a generosidade da Nayara, pelo fato de dar aulas gratuitas de dança na Escola Estadual Walker da Costa Barbosa, localizada em região periférica de São Bernardo. Certamente, sabemos que a maioria da população mais carente ainda enfrenta muitas barreiras para ter acesso ao consumo de bens culturais, bem como às atividades de formação; portanto, iniciativas como a da Nayara são de extrema importância para a superação de abismos culturais que ainda persistem em nossa sociedade.
Pelos depoimentos dos proprietários das academias de dança, em vídeos que foram exibidos durante a mostra, fica a certeza da importância do evento, não somente pela divulgação das escolas do gênero, mas, principalmente, pela possibilidade de atingir públicos diversos, que não precisaram gastar dinheiro para apreciar uma diversidade de estilos durante dois finais de semana.
Graças ao empenho, à obstinação e persistência de jovens que acreditam e arregaçam as mangas para concretizarem os seus objetivos, apesar de tropeçarem nas inúmeras pedras no meio do caminho, é que a I Mostra Experimental de Dança de São Bernardo foi coroada de êxitos.
Parabéns ao Zeca, Jô e Joelma!
Ótimo texto, Neusa! Precisamos divulgar mais iniciativas como esta Mostra Experimental de Dança e a disposição de pessoas como a Nayara, que você aqui nos apresenta, e dos jovens interessados em participar do projeto. São exemplos assim que nos estimulam a apostar na cultura da região, mesmo diante de tantos desafios. Abraços
ResponderExcluirObrigado Neusa e todos(as) do "O lugar escrito" acreditar que um outro mundo é possível passa por atitudes como estas, ou seja, promover ações culturais para além do apoio Governamental e até mesmo do setor privado "do capital"...uma outra(s) forma de cultural é possível...JÔ Gonzaga
ResponderExcluirOlá Neusa!
ResponderExcluirAdorei o texto, muito obrigada por ter citado o meu trabalho, pena que muitas vezes esse trabalho não reconhecido por todos. Poucos os que reconhecem e me ajuda a crescer com esse trabalho!
Parabens pelo texto!
Abraços