Neusa Borges
Fazia muito frio naquela noite de sexta-feira do dia 26 de agosto. Mas, no Bar do Pi, na Vila Luzita – Santo André, a temperatura estava altíssima, com muitas pessoas disputando o espaço para curtir a 6ª edição do Sarau na Quebrada.
Ao chegarmos, por volta das 19h, já havia várias pessoas na calçada aguardando os últimos preparativos para o início do sarau; outras, logo na entrada do bar, observavam a exposição de cartazes da antiga União Soviética, que fazia uma alusão ao tema do debate da noite: “Terceirização = Precarização do Trabalho”.
Após o rapper Tifu saudar a todos e dizer que o microfone estava aberto, era visível a ansiedade dos que ali se encontravam para mostrar a sua arte através da palavra; cada qual com seu estilo, uns muito performáticos, outros mais contidos, mas todos muito descontraídos, fazendo jus ao ambiente que era de pura descontração.
Após a apresentação de vários poetas (de idades variadas), Neri Silvestre pede uma pausa para abordar o tema da terceirização no mercado de trabalho. Após uma fala contundente, na qual deixou clara a sua preocupação com as consequências da terceirização, algo cada vez mais comum (e preocupante) nos dias atuais, muitos foram ao microfone para falar sobre o tema.
Uma iniciativa de artistas do Jardim Santo André, o Sarau na Quebrada, que a cada edição atrai um número significativo de pessoas interessadas em poesia, informação e reflexão, é uma prova de que os periféricos têm muito para falar e querem ser ouvidos.
Que o Sarau na Quebrada tenha vida longa, promovendo intercâmbio com outras “quebradas” e, sobretudo, continue inspirando a rapaziada que faz a diferença nas comunidades.
Tal qual o saudoso Gonzaguinha, eu também acredito é na rapaziada.
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